sábado, 23 de outubro de 2010

Revolta de nika

   A Revolta de Nika (ou Motins de Nika) aconteceu no ano de 532 em Constantinopla durando cerca de uma semana. A revolta recebeu o nome de "Nika" porque a população gritava a palavre vitória (Nike, em grego).
Em Bizâncio, existiam organizações esportivas rivais, que defendiam suas cores no hipódromo, onde a rivalidade esportiva refletia divergências sociais, políticas e religiosas. Eram os Verdes, os Azuis, os Brancos e os Vermelhos. Esses grupos haviam se transformados em partidos políticos. Os Azuis reuniam representantes dos grandes proprietários rurais e da ortodoxia religiosa. Já os Verdes tinham, em suas fileiras, altos funcionários nativos das províncias orientais, comerciantes, artesâos e adeptos da doutrina monofisista.
Até então, os imperadores tinham tentado enfraquecer um grupo, apoiando o outro. Justiniano recusou essa solução, o que provocou a união dos Verdes e Azuis, que se rebelaram. A rebelião se propagou rapidamente por toda a capital e ganhou grandes proporções. A população queria uma diminuição dos altos impostos cobrados. Os rebeldes massacraram a guarda real e dominaram quase toda a cidade, proclamando um novo imperador. Diante da gravidade da situação, Justiniano ameaçou fugir da cidade, mas foi impedido por sua mulher Teodora. A altiva imperatriz teria dito:
"Ainda mesmo que a fuga seja a única salvação, não fugirei, pois aqueles que usam a coroa não devem sobreviver à sua perda. Se queres fugir, César, foge; eu ficarei, pois a púrpura é uma bela mortalha."
No fim o governo decidiu usar a força e o general Belisário ficou encarregado de cercar o hipódromo e aniquilar os revoltosos. A revolta foi, então, ferozmente reprimida pelo general, que, ao lado de seu exército, degolou mais de 30.000 pessoas. Esmagada a oposição, Justiniano pôde, a partir de então, reinar como um autocrata.

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